Objeto de estudo aprofundado e aturado por parte da ADRACES - Associação para o Desenvolvimento da Raia Centro – Sul, Câmara Municipal de Castelo Branco, Instituto Politécnico de Castelo Branco e Museu Francisco Tavares Proença Júnior, no âmbito do projeto "Ex-Libris" – Reconverter, Adaptar, Certificar o Bordado de Castelo Branco, a Autarquia assumiu o desafio de materializar e dar corpo às principais conclusões e que constituíram o desiderato daquele estudo. Conforme se refere no documento de diagnóstico , o Bordado de Castelo Branco, apesar de ser reconhecido pela população albicastrense, por vários especialistas e observadores mais atentos como um dos Ex-Libris Culturais da cidade e do concelho de Castelo Branco, "está a ultrapassar uma fase difícil, ou seja, dificuldades de comercialização, pouca rentabilidade e pior que isso, a sua adulteração. Começou a ser copiado por outras regiões, sem qualidade, fatores que despromovem o seu valor cultural e quem está associado à sua atividade, podendo correr o risco de desaparecer na sua qualidade e tipicidade" (12).
Conscientes da importância que os recursos endógenos e suas especificidades representam para a afirmação da identidade dos territórios, tornando-os mais competitivos, constitui-se como missão do Centro de Interpretação do Bordado "preservar e valorizar o Bordado de Castelo Branco enquanto arte/artesanato de grande prestígio territorial e nacional, reconhecendo-o como motor de desenvolvimento do território em várias escalas, sendo múltiplos e de grande visibilidade os seus impactos directos e indirectos. Para além do valor cultural, histórico e patrimonial que lhe é inerente, a actividade pode interferir no tecido económico e social da região, como fonte de rendimento e de emprego (directo e indirecto) e é um factor de ligação da população ao território. O seu forte caracter multifuncional vai torná-lo num contributo essencial do desenvolvimento local, podendo assegurar a sua própria viabilidade em conecção com outros sectores de actividade, possibilitando a criação de uma marca distintiva ligada ao território, claramente identificadora e diferenciadora da região"
Ancorada no estudo atrás referido, e depois de uma análise partilhada e aturada com vários especialistas, o Centro de Interpretação do Bordado terá como objetivos gerais a formação, produção/criação, divulgação, promoção da inovação e a certificação do bordado de Castelo Branco.
A título de exemplo, foram desenvolvidas várias iniciativas, cujo objetivo se traduziu e traduz na sensibilização e formação do público das escolas e público em geral sobre a importância do bordado enquanto elemento distintivo da identidade regional, enquanto expressão artística e património local e ainda enquanto fator indutor do desenvolvimento económico.
Assim, têm sido realizadas palestras sobre a história, as matérias-primas e a gramática visual do bordado, workshops com Designers de Moda de referência Nacional (Maria Gambina, Nuno Gama e António Tenente) concursos, exposições e encomenda de peças de vestuário e adereços com recurso ao bordado a designers conceituados, como por exemplo Alexandra Moura, Luís Buchinho, Kátia Xiomara ou StoryTailors.
Durante o ano de 2016, procedeu-se, Junto do Instituto de Emprego e Formação Profissional, ao registo de produções artesanais tradicionais do Bordado de Castelo Branco, para efeitos de certificação, e cujo processo se iniciou no final de 2016.