Bordado
Elemento patrimonial de relevo da nossa identidade cultural
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História
Dos tempos remotos até aos nossos dias
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Processo Produtivo
linho, seda, bastidor e tear de franjas
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Pontos
Os pontos em imagens
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O ciclo vegetativo de linho era secundado por certas práticas de sentido mágico e de proteção. Quando as plantas atingiam o estado de maturação eram arrancadas à mão e ripadas para as libertar das cápsulas com as sementes. As palhas submetiam-se a um processo de curtimenta, mergulhando-as alguns dias na água de ribeiros e, em dias quentes de Verão ou Outono, eram fracturadas com a maça e passadas pela tasca. A eliminação da parte lenhosa e seleção das fibras obtinha-se através do cortiço e da espadana e do sedeiro.
A operação da urdidura consiste em organizar os fios longitudinais da teia dispondo-os em duas séries paralelas entre si e do mesmo comprimento, e em maior ou menor número conforme a natureza e a largura do tecido a produzir no tear.
A primeira referência ao tear de pedais na Europa é do século XII.
Neste tear, todos os fios da urdidura são emalhados, cada série em seu correspondente liço, e a abertura do passo para a passagem da trama é dado pelo movimento ascendente ou descendente desses liços.
O pente mantém a regularidade dos fios da urdidura e bate e aperta a trama após cada passagem.
A Seda
A china e a India foram durante milénios as grandes regiões produtoras deste famoso textil. As rotas da seda representaram um dos factores mais significaivos de expansão e encontros civilizacionais. Em portugal, a indutsria da seda nunca alcançou grande projecção económica. No entanto a sericultura foi praticada ao nível doméstico e tradicional, em Trás-os-montes e na Charneca Beiroa, segundo modelos de economia familiar específicos, regidos por uma lógica própria.
Criação do bicho da seda
De meados de Março em diante, os bichos da seda podem começar a nascer. Quando se dá a eclosão, as minúsculas larvas são colocadas em tabuleiros de tender o pão.
Preparação dos casulos e fiação
Os casulos são limpos à mão e lançados num caldeirão de água a ferver. De seguida, tem lugar a operação de fiação, usando-se um ramo de carqueija para captar os fios de seda e um argadilho, no qual se vão enrolar os fios.
O comprimento do fio de cada casulo chega a atingir milimetros. Para a tecelagem o fio é mais grosso; para o bordado é mais fino. A meada de seda é posta a secar ao ar livre.
Branqueamento das meadas
Para que a seda perca um certa rigidez, a meada é metida numa panela com água a ferver, juntamente com uma quantidade de sabão equivalente ao peso. Liberta da goma, é então corada ao sol.
Tecelagem
Hoje, toda a produção é aplicada na tecelagem, especialmente em toalhas de linho. A meada é dobada em novelos e, quando se procede à urdidura da teia de linho, intercalam-se os fios de seda.
Panos de linho bordados a seda
Tradicionalmente a seda era usada nos bordados das colchas desta região, nos panos de esquife, que ocultavam o morto que ia a enterrar e, nos entremeios de panos e leçóis de linho.
No Bordado de Castelo Branco utiliza-se o bastidor horizontal, com uma estrutura muito simples, composto por duas ripas perfuradas que encaixam noutras duas, nas quais se vai enrolar o linho a bordar. Por sua vez, as ripas vão encaixar no topo de dois “pés” que são estabilizados por uma ripa colocada entre eles rente ao chão.
No topo dos pés existe um elemento a que as bordadoras chamam “cavilha”, que permite mudar a posição do trabalho. Após desenhar na tela os motivos pretendidos segue-se a fase de montagem da tela no bastidor para poder ser bordada.
De estrutura muito simples, é composto por três elementos: uma caixa com medidas aproxi- madas de 10x30 cm onde, no topo, se encaixa uma tábua com cerca de 28 cm de altura com orifícios equidistantes a meio e entre cada orifí- cio duas ranhuras; no outro extremo da caixa está um pequeno órgão com manivela e um ori- fício, que serve para introduzir a cavilha e tran- car o mesmo.